quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Sem mais complicações. Sem mais querer demais, sem posse, sem recados. Mas com isso se vai o cinema, o sorvete azul, as musicas de madrugada (cantadas por cazuza, ou por um cover do mesmo). Se vai a vontade, e se vai a tristeza. Os jogos tricolores, ou bicolores, não importa: se vão. O banho de chuva, as danças latinas. Se vai a apreensão, e a compreensão. O mistério e o revelado. Se (es)vai a rotina, e o inusitado, o doce, o salgado, o fumo. Se vão os sonhos e as noites de sono profundo –sem ilustrações. Tudo de melhor e de pior, ficando só o que não é nem um nem outro. Já que não se pode servir a dois senhores, o jeito é não servir a nenhum. Numa estrada bifurcada, é ir pelo atalho.

domingo, 20 de setembro de 2009

- Não sei se você viu, mas no meu quarto tinha uma taça de vinho vazia, que eu guardava de um dia especial. Um dia com amigos, de muita bebedeira. Um dia que roubei a taça de um bar chique, na barra, vim trazendo na mão até em casa, cheia de vinho. Tomei o ultimo gole na padaria, enchí de café, e fui pra casa tomando. Guardei. Guardei também a garrafa, daquele nosso último encontro. Jazia lá do lado da taça, e um amigo, dia desses, me perguntou o porque das duas. Eu disse apenas que eram especiais. Ele disse que deviam mesmo ser, pra guardar assim, vazia... Virou pro lado e dormiu. Joguei a garrafa fora no dia seguinte. A taça -e a vida- continuam. Da garrafa, bem como o amor (ou o que se aproximava dele), me desfiz.

-Nossa! Que trágico!

- Pois é, eu também achei.

- "É sempre bom lembrar que um copo vazio está cheio de ar"

-Exatamente. De ar, de vento, de tudo que se esvai. Bem como as lembranças. "Disso, é sempre bom esquecer".

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Foi só amor de carnaval
(talvez seja esse o mal)
amor de carnaval não é rocha
não é lágrima, não é aposta
é quase nada
é só amor.

E não há quem ouse dizer que não
Quem prefira a solidão
Numa dessas noites de serpentina
De pierrots, de bailarinas
Não há um que não tenha par!

E quando chega a quarta-feira
E as luzes se acendem na avenida
Eu ali! Tão distraída...
"Acabou! Só ano que vem"
Ainda fica alguém?

Em agosto os confetes já não tem graça
Já não tem o mesmo gosto a cachaça
Em setembro talvez.
Amor de carnaval (talvez seja esse o mal)
Nunca vem só uma vez.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Querido papai do céu.
prefiro assim, pra lembrar a infancia. As orações eram tão mais puras, né? Mamãe sempre dizia q tinha q rezar quando acorda, e antes de dormir. E quando não se dorme? como faz? =/
Uma tia dizia p mim q toda vez q a gente dormia enquanto rezava o terço, eram 7 anos no purgatório. Outra, dizia q se dormimos rezando o terço, os anjos continuam rezando no nosso lugar. Aí fiquei assim. Contabilizando anos no purgatório, e os anjos me redimindo. Contabilizando anos no purgatório, e os anjos me redimindo. Contabilizando anos no purgatório, e os anjos me redimindo... No fim, deve dar tudo elas por elas.
Eu queria respirar, Deus. E vou procurar alguém pra pedir junto cmg, porque eu sei q fica mais forte... 'Onde dois ou mais...' É assim, não é? São Mathes 18:20.
Eu queria sorrir, conseguir comer direito, queria muitissimo parar de tossir e manchar o pijama. Queria olhos novos, porque esses ja tao prá lá de cansados. Sabe quando voce chora chora chora, e para de chorar. Depois bebe um copo d'água, e chora chora mais...? Era só uma pausa pra repor a água perdida. Mas claro que Você sabe neh? Você sabe tudo.
Papai-Deus-do Céu, mudei de idéia. Esquece todos os meus pedidos. Vou fazer um novo. Pode? Pode né? Ta entendí =] Cuida dele pra mim, Pai? Cuida da manhã de trabalho, da tarde de luta, da noite de estudo. Cuida do sorriso dele, e da camisa, pra que nao solte mais nenhum botão. Cuida dos pensamentos, das idéas tortas, das atitudes. Cuida da saúde, e do coração. Ouví dizer que não vão bem das pernas nem uma, nem outro... Faz com que ele nao desista, porque é um cara brilhante. Cuida da família, dos amigos, das saudades que ele tem na alma. Cuida dos cabelos cacheados, e nao deixa perder mais peso, o bixim! Jah anda bem magrinho o pobre.
Tem uma outra passagem da Bíblia (vc sabe q eu li a bíblia, neh?) que diz q se uma mão pratica uma boa ação, a outra não deve saber. Então ficamos acordado, eu e o Senhor, de não contar nada... e deixa ele continuar pensando que o escudo vem da pedra q carrega no pescoço ;)
Querido Papai-do-Céu, agora vou deitar. De repente sobra um pouquinho de bondade a Tua e atende meu desejo de dormir. Tah, tah... eu sei q eu retirei esse pedido, mas seria bom conseguir dormir... rs
Já deixe os anjos de sobreaviso! Capaz de hoje eles terem que limpar minha barra lá com o pessoal do purgatório ;)
Já são cinco da madugada. Isso vale como oração da noite ou da manhã, hein? Não importa. É a Fé que vai remover as montanhas, não o turno. Só cuida dele, que tá tudo certo. E eu sei que vc cuida.
Em nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo.
Amém.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Andei procurando uma foto recente onde eu estivesse triste. Mas não achei. Fiquei aliviada então, por notar que meus momentos felizes superavam em larga escala numérica os tristes! Que nada... É que imersa/o em tristeza, ninguém se lembra de câmera.
Das fotos, ficaram algumas coisas. Um 3x4 q cai da caixinha dos meus óculos todas as manhãs cinza (e de sol). Dos sorrisos. As caretas, as histórias contadas numa única imagem capturada. Uma das fotos tem camisa social e um botão caído, deixando espaço. Num devaneio qualquer, que não durou mais de 20 segundos, eu pensei que um dia ia ficar velhinha, em cadeira de balanço, pregando botões que caem.
Hoje não tenho nem os sorrisos, nem os botões, muito menos a cadeira de balanço.
Não temos dessas fotos perfeitas de todo casal, que contam uma história. Não temos foto perfeita porque não temos história pra isso, e nem somos um casal. Melhor assim. Já ouvi dizer que o tal do retrato é feitiço, e aquela luz branca prende a alma das pessoas q olham pra ela. Será que foi assim que você roubou a minha?

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Ainda não tive coragem de abrir as malas. De lá saltarão as roupas amassadas com cheiro seu e o que mais vier de lembrança.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Eu acreditava no zodíaco. Até ele me dizer que não daria certo. Porque pense... Como botar fé nas estrelas que dizem: "mantenha distância", se o tempo mais feliz é quando te tenho deitado no colo e com os dedos reproduzindo as voltas dos seus cachos...?
E quando paramos pra pensar... Se foi o tempo. O tempo da espera, dos dias que longos se estendem. E é hora do abraço! Do beijo. Do cheiro da roupa. Da música que não parou de tocar na cabeça por meses à fio, e agora toca na vitrola, e se dança junto.
Geralmente, nesses casos, o tempo é sempre inimigo. Aquele que faz cair a lágrima, que inibe o sorriso... Mas não dessa vez. Agora, cada vez mais, o tempo é menos. Menos tristeza, menos espera, menos aflição. Mais, só a saudade...
E fico contabilizando, tornando palpável, os memoentos que seguirão. As batidas certamente aceleradas do coração, a respiração ofegante, as mãos molhadas, o rosto ruborizado. O sangue, certamente quente por dentro, e o corpo frio por fora. Não vão caber palavras. Apenas o toque e a certeza de um sentimento que não passa.

quarta-feira, 4 de março de 2009

É difícil tragar o cigarro com choro preso na garganta...

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Recebí uma crônica de Arnaldo Jabor por e-mail, de uma colega de profissão. Sendo de Jabor ou não (é bem a cara dele mesmo) me sentí na obrigação de replicar. Não por ser um fato isolado, mas por textos desse delinquente que extrapolam nossas caixas de e-mails todos os dias. Ou a sua não?

Se quiserem ler a crônica ( http://www.culturabrasil.org/brasileironaoesolidario.htm ), é interessante, pra contextualizar a resposta. Beijos!


Caríssimas/os companheiras/os,
Me permití parar tudo de importante que estava fazendo nesse momento para pegar o gancho desse grandissíssemo filha da puta que é o Arnaldo Jabor e fazer um parelo com a atual conjuntura brasileira, da qual somos mais que atores, mas protagonistas.

Mil desculpas aos que curtem esse cidadão, mas vê-lo citar Che Guevara pra argumentar sua (falta) de política, a neoliberal, é no mínimo de fazer imaginar que o suicídio seja uma alternativa agradável: "Se a maioria da favela fosse honesta, já teriam existido condições de se tocar os bandidos de lá para fora, porque podem matar 2 ou 3 mas não milhares de pessoas."

Valha-me Deus! Se os bandidos são assim tão poucos e fáceis de dobrar, porque nos ilustríssimos governos anteriores, abre aspas: "Se você não é como o exemplo de brasileiro citado nesse e-mail, meus sentimentos amigo, continue fazendo sua parte, e que um dia pessoas de bem assumam o controle do país novamente." não deram conta????

HAHAHA Eh de chorar, neh minha gente? Voltar pras mãos de quem? Fernandos Henriques da vida? Que venderam o Brasil a troco de miséria e agora quer vir falar de recurso natural????? Abre aspas novamente: "Temos petróleo, álcool, bio-diesel, e sem dúvida nenhuma o mais importante: Água doce!" Se ainda temos, graças a gente de bem do Arnaldo Jabor é que não é.

Que se foda se nosso Presidente não tem escolaridade quanto o dele. Bem ou mal (em momento nenhum digo ser o Lula o redentor), ele tirou 30 milhões de brasileiros da miséria. Será que esse Senhor sabe do q estamos falando? Que os 90 reais do bolsa-família a galera pode enfiar onde quiser, mesmo que não seja esse o propósito? Que medidas EMERGENCIAIS (e não vitalícias) enchem o estômago das pessoas, e que quem tem fome tem pressa? Claro que ele não sabe. Pois se não sustentado pelo mensalão ou afins, é pela globo e os tubarões da comunicação, que infelizmente abre seu espaço (e pra tantas outras inutilidades) para que esse velho caquético despeje merda atrás de merda em nossos ouvidos.

Se as ONGs de direitos humanos dão ou não pitacos à respeito da nossa criminalidade, ao meu parecer estão até atrasadas, porque se hoje dizem 'sim' ao respeito da enorme maioria marginalizada que se viu nessa vida por total falta de opção e exclusão social, deveria ter sido mais enérgica em relação a punição dos nossos torturadores! Nossos sim, meu, seu, de td mundo que lê esse e-mail, achando ser um passado remoto o espaço de 40 anos. A impunidade é reflexo da história brasileira. Mas lá vem esse, denovo, filha da puta, me dizer q bandido bom é bandido morto. Então que vá matar seus coronéis, e não as mulheres q atiraram em legítima defesa contra seus agressores domésticos, aos pais que roubaram 1 pedaço de pão na padaria ou ao menino que virou traficante por cheirar cola qdo criança pra entorpecer a vida.

Na Europa tudo é perfeito! No Brasil tudo uma merda... Então faz as malas e vaza! Porque não é de gente como Arnaldo Jabor que precisamos. Se acha que honestidade está em baixa, principalmente na favela, é porque nunca pisou em uma. E se realmente ainda acha que está em baixa, deveria olhar melhor de manhã no espelho, quando lava a propria cara.

Democracia? É sim, a vontade soberana do povo. E não são os jornais dos 84% de aprovação que me dizem isso não. É o sorriso. É a abertura de milhares de vagas nas Universidades Brasil a fora que buscam a inclusão dos 90% da juventude brasileira que está fora dela. Quando no meu trajeto casa/escola vejo o hospital do câncer reformando, os estudantes na rua pra pedir passe-livre. Ah claro! Mas a mídia só presta quando é pra passar sua ridícula esquetezinha no Jornal da Globo. Democracia é poder comer, poder ir e vir, ver o circo na rua, falar o que pensa. Não é isso que Jabor faz todos os dias em nossa infâme madrugada?

Porra galera, desculpa a revolta, mas é que não dá! Não dá pra deixar passar esse tipo de demagogia inescrupulosa. Somos nós professores, formadores de opinião, que sinceramente, só devem ler coisas desse tipo para saber o que não falar, nem na pior das hipoteses, nem na hora da morte. Nem nunca.

O Brasil não é mesmo o país do futuro. Pra mim é o país do presente, que faz a hora e não espera acontecer. Que tira força das próprias tripas pra festejar o carnaval. E não é clichê ou vagabundagem que eu esteja citando isso: é a relidade do sangue e do suor que são o motor desse país. Se Deus é mesmo brasileiro, eu não sei. Mas eu sou, e não vou deixar um qualquer deturpar a construção de uma era, não vou deixar cuspir na labuta de cada um que ergue essa nossa pátria amada. Tão sofrida, e tão valorosa.

Sinceramente, avisem a esse cidadão, quem é o bovino na história.

Saudações aos que lutam!

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Não faço idéia de onde você vem. Mas sei de seu sorriso como ninguém mais no mundo sabe. Não sei o que pensa do amor, mas sei que o vive como ninguém. Não sei quem você foi, as dificuldades que certamente já teve na vida. Quem você vai ser, nem mesmo você sabe. De uma bondade imensurável, que espelha a alma, assim mesmo, de dentro pra fora. Exterioriza o que tem de melhor. Recluso e cauteloso às últimas circunstâncias, mesmo que isso custe a interrupção de um sentimento bom. Medo de errar, eu acho...
E eu? Que tão desmedida sempre cruzei todas as fronteiras, todos os limites? Receosa, acuada. Medo de jogar tudo pro alto dessa vez...
Quase como Alice num país de maravilhas –e loucuras-. Um passo maior que as próprias pernas? Mas o tamanho das pernas, e do obstáculo é absurdamente relativo. Depois de beber a tal poção do conto, medida não serve mais pra nada. Dona de um relógio que confunde as horas (não por culpa do relógio, mas da saudade), correndo atrás de um coelho de cartola que nem mesmo sei se corre ou se apenas me espera ir de encontro.
Alice e o gato, somos eu e você. Tenho fixa na memória só a cena do sorriso do gato desajustado, portanto, não tenho dúvidas de quem é quem nessa história. Um chapeleiro maluco que nunca sei se ajuda ou atrapalha, e uma rainha de copas à espreita, querendo a todo custo, minha cabeça.
De fato, nessa fábula louca, só não há espaço pro medo. A não ser que você esteja certo, e ele sirva somente como magnetismo, entre o obscuro e a excitação. Perante isso, não prometo poupar esforços até achar novamente, o sorriso imprevisível do gato.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Ver por dentro.
Enxergar pelo avesso...
O que é, ou não é: de ponta-cabeça.
Os olhos do mundo
Os olhos da alma
Lapidar a lágrima!
Moldar a cegueira dos homens...

-14/03/2004-

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Há dois anos atrás, eu não sabia nada de mim. Em consonância com a luta coletiva, veio a luta individual. E consequentemente com a vitória coletiva, também a individual. Porque 1º de fevereiro trouxe às páginas da minha história, a própria HISTóRIA, com seus personagens fabulosos, contos desconcertantes, cacos e fragmentos de outras lendas -algumas muito mais reais que meu próprio cotidiano-.
Com aquele portão azul ao chão, rompeu-se um ciclo de injustiça e desilusão. O pátio cheio de carros -todos intactos, antes e depois- apequenavam o espaço que outrora foi nosso, só nosso, de todo nosso povo. O chão de cascalhos e pedras, levantava uma poeira que fazia ir -'me fazia vir'- às lágrimas por saber que nossa batalha e nosso sangue, libertavam. Brava gente! Do alto do telhado, dava pra avistar a emoção de uma valorosa companheira que colocara todo seu empenho naquele momento. Cabelos vermelhos, camisa azul... Ou ficar a pátria livre ou morrer pelo Brasil!
1º de fevereiro não foi só uma folha no calendário. Foi o resgate da honra de tantos que deram a vida, de inúmeras formas, por aquilo que somos hoje. Recuperamos nossa casa, nossa dignidade, o espaço da onde surgirão outros camaradas que certamente darão também a vida, de tantas outras formas, pelos que virão.
E começou a construção. Da coletividade, de uma família que em poucos minutos se encontrou no olhar. A família Mudança. Pinta muro, varre o chão... Compra queijo pras gurias vegetarianas! E não há quem hoje, ouse me dizer, que outro mundo não é possível.
Continuo sem saber quem sou. Mas sei quem tenho. Nessa jornada dos últimos dois anos, muito vivi, não assisti. Sei porque sou. Porque causa eu luto. Sei que morando a dois quarteirões da praia do Flamengo - nº 132, ou do ponto mais distante do Brasil, é só esticar os braços e chamar pelos meus: tenho um lar.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Claustrofóbica, nunca fui. Por outro lado, nunca me sentí tão pouco livre, nem mais acuada por quatro paredes. Por todas as paredes. Um labirinto de proporções faraônicas, tão alto que não se consiga distinguir o que é firmamento ou ainda muro. Tão denso que não reste um fiapo de luz que aponte uma direção. E essa vida? É sempre assim? Tem mesmo que ser assim? No marasmo, aquela falta de cor, de cheiro, de som, que dá preguiça só de pensar. No cotidiano em que os ponteiros do relogio correm mais que vento em dia de tempestade, cada trago de oxigênio traz uma nova informação e não resta nem mesmo o prazer da fumaça que acalma. Hoje, de tão distraída, me queimei com a ponta de um cigarro. Pensando na morte da bezerra, diria minha mãe. Pensando muito além, diria eu.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

A gente tem que se apaixonar todos os dias. Um após o outro, é bem verdade. Pelas cores, pelos sons, pelos cheiros, pelas pessoas, situações, momentos e lugares. As vezes tudo de uma vez (o que torna mais difícil enxergar a paixão que vem no dia seguinte).
Sabe quando se quer congelar o dia e hora?
Eu nunca ví um lugar tão colorido quanto aquele...
As casas na beira da estrada eram de pedaços de pau telhados de palha, mas os varais, das cores mais vivas que possam existir na Terra!
Os tambores daquele lugar, como trovão nos ouvidos, na cabeça, e no peito, como que anunciando uma chuva que nunca chega, a não ser na lágrima que escorre.
O cheiro de mar, a mesa de garrafas e peças de dominó. Olhos negros e sorriso alvo como que num quadro preso na retina, fixo, imóvel, e no fundo uma melodia familiar que diz alguma coisa sobre fumar o cigarro da saudade...
Sei lá se as informações astrológicas procedem, mas se a gente tem mesmo que se apaixonar todos os dias, bem que podia ser hoje pra sempre.