terça-feira, 21 de setembro de 2010

Pontapé Inicial: Introdução à Estética.

A palavra ‘Estética’ suscita entendimentos bastante variados nas pessoas. No que diz respeito ao senso comum, por exemplo, remete imediatamente a tratamentos de beleza de uma forma geral. Existe ainda o conceito empregado no ramo das artes, que se refere a um determinado estilo, ou o menos difundido conceito filosófico, que se ocupa de estudar racionalmente o belo. Ou seja, todos os conceitos convergem nesse ponto: a noção de beleza. Etimologicamente, a palavra estética se origina do grego aisthesis, que significa “faculdade de sentir”, e está intimamente ligada a percepção, e a reação que as coisas provocam.

Ainda ligado a percepção e noção de beleza, existe a questão da objetividade x a subjetividade, se o belo está relacionado a ‘gosto pessoal’ ou se pode ser classificado racionalmente. Segundo Platão, reconhecer o caráter sensível do belo não significa negar sua essência ideal, admitindo a idéia do ‘belo em si’. O Classicismo, por sua vez, funda a estética normativa, e estabelece regras que determinam se o objeto percebido é agradável ou não aos olhos de qualquer observador, não de um sujeito específico e individual. Os empiristas, como David Hume, discordam dessa tese, e relativizam a beleza à subjetividade do indivíduo.

Num outro patamar, Kant tenta superar essa dualidade afirmando que o belo é aquilo que agrada universalmente, ainda que não se possa justificá-lo racionalmente. Dessa forma, aponta o conceito através da busca do prazer, cuja causa reside no sujeito. Atribui a esse sujeito o julgamento necessário para definir um objeto, excluindo a possibilidade de regras que possam produzir o conceito de beleza. Concluindo a gama de pensadores citados ao longo do tempo, Hegel agrega ainda uma veia relacionada a História, que muda a face da beleza propriamente dita, e se reflete enfaticamente na arte.

Se faz necessário ainda focar o que diz respeito à atitude estética que propicia a experiência estética diante de uma obra de arte. Essa experiência que se dá de forma gratuita, desinteressada, e que não visa um interesse prático imediato. Não pode ser intitulada como inutilidade, visto que responde uma necessidade humana e social, não visa conhecimento lógico, mas sensitivo, não pode sofrer juízo que aponte determinada finalidade. Se trata de uma experiência dual, que compreende o objeto observado e o sujeito que a percebe.

O olhar estético deve ser então puro, desprendido de normas externas. Um olhar que acolha a obra de arte e resignifique aquele objeto dentro de um universo particular, à fim de que o mesmo se constitua de maneira livre, e inquestionavelmente verdadeira.


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